sábado, 13 de abril de 2013

O popular de hoje e o popular de antes

De fato a maior parte das músicas populares atuais, sem restrição de gêneros, traz uma riqueza de letras paupérrimas em seu conteúdo. Perece que, como diz o meu avô, com certo ar orgulhoso, estas jamais serão como as antigas, exorbitadas de poesia, conteúdo e temas, mesmo que 95% deles fosse o amor com suas eternas dores de cotovelo. Ainda assim, os outros 5% eram preenchidos do Cálice, de Chico Buarque, “rendido” à censura, ou dos antigos rocks, que por incrível que pareça, eram mais desbocados e abusados que os atuais, e nem por isso menos valorosos, muito pelo contrário, davam mais com a língua nos dentes, abraçavam seus ideais com tal gosto que até os maiores sambistas, regueiros, forrozeiros, ou seja, lá quem fosse, certamente ao ter contato com aquelas músicas, sentiriam, nem que por um segundo, uma vontade de meter uma camisa preta no peito e abraçar a causa. Ah, o rock... certamente era, e ainda é a forma mais rasgada de expressão dos temas revoltosos, desde a política até o estilo de vida dos sujeitos inseridos no sistema.
Mas toda essa crítica tampouco importa, já que ao que parece não há competição com o passado. Não há um número considerável de produções, compositores ou cantores que procure superar o registro musical histórico, seja em nível de Brasil ou de resto do mundo. Os sedentos que se virem. Façam suas bibliotecas e sejam felizes.
Tamiris Vescovi Casotto
 

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